GNR cria nova estrutura contra sinistralidade

GNR cria nova estrutura contra sinistralidade

Uma nova estrutura de comando para combater a sinistralidade acaba de ser criada na GNR, depois da polémica que rodeou a reavaliação desta força policial no controlo da segurança rodoviária, na sequência da polémica com o fim da Brigada de Trânsito, soube o JN.

A estrutura, designada Divisão de Trânsito e Segurança Rodoviária, tem por base um despacho do comandante-geral da GNR, tenente-general Leonel Santos, de 23 deste mês, e já está a funcionar, coincidindo com o lançamento da operação “Regresso Seguro”, para enquadrar a sinistralidade nas estradas, na sequência do regresso de férias. A informação foi confirmada ao JN pelo Comando-Geral da GNR.

O despacho, nº 47 de 2010, a que o JN teve acesso, altera o despacho 4501, de 30 de Dezembro de 2009, e extingue a Divisão de Cooperação e Projecção de Forças e cria a Divisão de Trânsito e Segurança Rodoviárias, int egrada na Direcção de Operações. A alteração é justificada pelo general Leonel Santos pelo “despacho de 15 de julho de 2010 por Sua Excelência o Ministro da Administração Interna”, Rui Pereira.

De acordo com o general, em palavras inseridas no documento, o despacho do ministro determina a “execução de procedimento adequado à criação de uma Divisão de Trânsito e Segurança Rodoviária, na Direcção de Operações, do Comando Operacional”.

Segundo adiantou ao JN o comandante da nova estrutura, tenente-coronel Carlos Duarte, a divisão passa a concentrar competências na área do trânsito que antes já eram trabalhadas, mas estavam disseminadas. “Queremos aumentar a eficácia”, sustenta Carlos Duarte.

Com efeito, o despacho de Nelson Santos faz agora concentrar na Divisão de Trânsito o planeamento das operações e recolha de informação, a elaboração e difusão de normas que conduza à “uniformidade de proc edimentos do dispositivo operacional”, a formação e a selecção de elementos para a área do trânsito e “identificar as necessidades relativas a aparelhos especiais” para emprego operacional, como os radares e os alcoolímetros.

Antes apenas quatro militares trabalhavam nesta área, mas a nova estrutura passa a contar com dez elementos, “todos oficiais, sargentos e cabos”, como salienta Carlos Duarte, que adianta: “Este número de homens, todos com muita experiência na área do Trânsito, pode, no entanto, ainda crescer, estamos a avaliar se os recursos são ou não os suficientes”.

O comandante da nova divisão salvaguarda, no entanto, que se o objectivo do Comando da GNR é dar mais eficácia ao dispositivo operacional, a redução do número de acidentes e de vítimas “passa muito pela necessidade de o condutor português alterar os hábitos”. Em “90 por cento dos acidentes a culpa pode ser atribuída ao condutor”.

O despacho do comandante-geral que dá origem à nova divisão virada para o Trânsito parece assim pôr de parte a possibilidade de a Brigada de Trânsito voltar a ressurgir, algo que chegou a ser aventado quando no ano passado os homens da antiga unidade da GNR entraram numa fase de fechar os olhos às multas, como forma de protesto.

Sem alterações deverá ficar também a Unidade Nacional de Trânsito, mantida como reserva do comandante-geral e com forças em Lisboa e Porto, um dos pontos também de polémica, tendo em conta os gratificados de que os militares integrados na força passaram a auferir face aos antigos militares da BT que ficaram atribuídos aos Destacamentos de Trânsito integrados nos Comandos Territoriais.

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