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    Mensagem por ANASP

    O Iraque, o Afeganistăo e o que fica na mesma: As bestas ainda andam a solta
    4 de Janeiro de 2010. Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar.

    Qual a ligaçăo entre o arquivamento das acusaçőes contra os guardas da Blackwater que assassinaram 17 civis e feriram mais 27 num cruzamento em Bagdad em 2007, um atentado suicida contra uma base da CIA no Afeganistăo e os dois últimos massacres de civis nesse país? Estes acontecimentos de fim de ano no Iraque e no Afeganistăo fizeram notícia, mas os principais meios de comunicaçăo social năo uniram os pontos.

    O massacre da Praça Nisoor foi um acontecimento simbólico da ocupaçăo norte-americano do Iraque. Uma coluna de pessoal diplomático norte-americano ficou parada no trânsito; a sua escolta da Blackwater abriu fogo com metralhadoras, lança-granadas e uma carabina de precisăo para abrir caminho. Eles podem ter-se sentido em perigo, mas a morte de pessoas e famílias inteiras nos carros e na rua foi deliberada, sistemática e prolongada. Eles abriram fogo uma segunda vez, quando saíram da praça.

    ŤEles estavam a perseguir-me e a disparar sobre mim. Estavam decididos a matar-meť, recorda Abdul Wahab Adul Khador, um funcionário bancário entrevistado pelo jornal The New York Times (2 de Janeiro de 2010). Mohammed Kinani, cujo filho Ali de nove anos foi morto, disse ŕ Al Jazeera (2 de Janeiro de 2010) que ia a conduzir com a irmă, os tręs filhos dela e o filho dele quando os homens da Blackwater lhe deram instruçőes para parar.

    ŤAlguns minutos depois de vários carros terem ficado parados na praça, eles abriram fogo sobre nós. O meu filho foi atingido, a minha irmă ficou ligeiramente ferida, o meu carro foi atingido por dezenas de balas. Um homem foi morto ŕ minha frente e ficou deitado numa piscina do seu próprio sangue e de vez em quando eles disparavam novamente sobre ele. (...) Eles continuaram a bombardear-nos com balas. Devastaram totalmente tudo ŕ frente deles. Como se estivessem motivados pela vingança.ť

    Como os EUA tinham imposto ao seu governo fantoche no Iraque um tratado de imunidade, os guardas da Blackwater năo puderam ser processados pelos iraquianos. No meio da agitaçăo política no Iraque, nos EUA e no mundo, as acusaçőes contra eles acabaram por ser arquivadas num tribunal federal norte-americano. O actual governo iraquiano anunciou-o pouco antes da meia-noite da véspera do ano novo, quando poucas pessoas iriam tomar conhecimento imediato disso: Um juiz federal de Washington anulou as acusaçőes porque os procuradores norte-americanos tinham cometido um erro óbvio e elementar: construíram o processo com base nos relatos feitos pelos guardas de que o seu empregador, o Departamento de Estado dos EUA, os tinha forçado a fazę-lo, violando assim o direito dos acusados contra a auto-incriminaçăo ao abrigo da lei constitucional dos EUA. O juiz disse que, no seu trabalho, os procuradores năo tinham tomado Ťprecauçőes de bom sensoť e tinha arruinado fatalmente o processo.

    Nos EUA năo é invulgar que as autoridades locais e nacionais apresentem deliberadamente processos mal construídos contra polícias acusados de matar pessoas inocentes, para que possam continuar a dizer ŕs pessoas que confiem no sistema judicial, ao mesmo tempo que deixam os seus mercenários safarem-se. No que foi talvez o segundo massacre mais infame cometido pelas forças norte-americanas no Iraque, o incidente de Haditha em 2005, em que os soldados executaram a sangue frio duas dezenas de pessoas nas suas próprias casas, entre elas pelo menos dez mulheres e crianças, as acusaçőes de assassinato acabaram por ser arquivadas devido a falhas legais. No caso da Praça Nisoor, os assassinos da Blackwater foram acusados de homicídio involuntário em vez de assassinato e, como se veio a verificar, um mercenário que se ofereceu para testemunhar contra os seus cinco colegas acusados é agora o único que ainda enfrenta julgamento.

    Poder-se-ia pensar que a decisăo dos procuradores de procederem desta forma é um mistério, dado que muitas testemunhas iraquianas estavam dispostas a depor num julgamento agendado para Fevereiro. Ou poder-se-ia considerar tudo isto como um procedimento das autoridades norte-americanas para evitarem uma horrível denúncia do que os EUA realmente tęm feito no Iraque e que o julgamento iria trazer e minar o apoio aos esforços militares do Presidente Barack Obama em várias frentes. Se o Departamento de Justiça dos EUA năo despedir os seus procuradores, isso pode ser encarado como um sinal de aprovaçăo de Obama em relaçăo a este resultado.

    ŤÉ tremendamente satisfatório ver o tribunal deixar-nos celebrar o ano novo desta formať, declarou o advogado de um dos assassinos. ŤRealmente reforça a nossa convicçăo no nosso sistema de justiçať (The Independent, 1 de Janeiro de 2010). Este sentimento foi reproduzido pelo General Ray Odierno, comandante das forças norte-americanas no Iraque. ŤÉ uma liçăo sobre o Estado de Direito. Somos um país de Estado de Direito �o Iraque é um país que está se rege pelo Estado de Direito.ť Isto vem do mesmo exército e da mesma estrutura global de poder responsáveis pelo escárnio ao direito norte-americano e internacional com Abu Ghraib, Guantânamo, as Ťcapitulaçőesť secretas, a tortura da água, a invasăo do Iraque, a năo muito secreta guerra da CIA no Paquistăo e o massacre generalizado de civis, incluindo crianças.

    A lei mais importante para os governantes dos EUA é que podem fazer tudo o que querem e que os governos de países como o Iraque, que estăo sob o seu domínio militar mas também económico, tęm que alinhar nisso se quiserem desfrutar da sua permanęncia no poder.

    Desde 2009 que as forças norte-americanas no Iraque, incluindo os contratados de segurança privada, podem ser processadas pelas autoridades iraquianas e que, na sua maioria, os ocupantes se mantém nas suas bases, em vez de andarem em pilhagem em patrulhas assassinas. Isto é uma mudança. Mas o que năo mudou foi a relaçăo entre os EUA e o Iraque.

    Reagindo ŕ decisăo do juiz, Firas Fadhil Abbas, cujo irmăo Osama foi morto na Praça Nisoor, disse: ŤSe alguém matar um căo na América, năo escapa sem um castigoť (Washington Post, 2 de Janeiro de 2010). Um outro sobrevivente, Ali Khalaf, um polícia de trânsito que teve que usar uma pá para retirar dos veículos os corpos queimados das vítimas, disse: ŤPergunto-lhe, se isto tivesse acontecido a americanos, qual seria o resultado? Mas estes eram iraquianos.ť O funcionário bancário Khadar acima citado disse: ŤO que é que nós somos �năo somos seres humanos? Porque é que eles tęm direito a matar pessoas? O nosso sangue é assim tăo barato?ť

    Mudando para o Afeganistăo

    A Blackwater, fundada pelo fundamentalista cristăo de extrema-direita Erik Prince, que partilha com Osama bin Laden e outros fundamentalistas islâmicos a ideia de que massacrar pessoas é fazer o Ťtrabalho de Deusť, tornou-se num símbolo da política e da ideologia do regime Bush. Desde essa altura, tiveram que mudar o nome para Xe e o seu trabalho para o Departamento de Estado dos EUA no Iraque está a um nível muito reduzido. Muitos dos seus antigos empregados no Iraque trabalham agora para a Triple Canopy e outras Ťcontratadoras de segurançať norte-americanas, igualmente ligadas ŕs forças armadas dos EUA e ao seu corpo de oficiais militares influenciados pelos fundamentalistas religiosos. Mas a Xe continua a ser a maior das tręs grandes empresas que fornecem ex-comandos do Exército e da Marinha e outros soldados para trabalharem para o governo dos EUA numa base privada.

    Ŕ medida que Obama retira tropas dos EUA do Iraque para os enviar para o Afeganistăo, o corpo mercenário fica na vanguarda. Dois dos sete membros da CIA e contratados mortos num atentado suicida na Base Operacional Avançada de Chapman no Afeganistăo a 30 de Dezembro eram empregados da Xe, segundo a CNN (1 de Janeiro de 2010).

    Chapman, uma antiga base soviética quando a URSS ocupou o Afeganistăo, foi um centro de comando do programa da CIA para levar a cabo assassinatos no leste do Afeganistăo e através da fronteira do Paquistăo, tanto usando aviőes năo tripulados com mísseis como em operaçőes secretas de forças especiais. A Xe figurou em grande destaque nesse programa até finais de 2009, altura em que o governo dos EUA anunciou que o seu contrato seria terminado, năo porque tenha decidido respeitar o direito internacional e a soberania paquistanesa mas devido ŕ falta de resultados �um número insatisfatório de cadáveres. A CIA está agora a fazer ela própria essas operaçőes, embora a Xe ainda ajude a Ťaumentar a capacidade da nossa própria măo-de-obrať, como disse um porta-voz da CIA sobre aquilo a que outro antigo alto oficial chamou de Ťuma relaçăo muito fraternať (NYT, 11 de Dezembro de 2009).

    Responsáveis norte-americanos cujos nomes năo foram revelados, presumivelmente da CIA, juraram vingança. ŤHá algumas pessoas muito más que acabarăo por ter um dia muito nauť, disse um deles ŕ CNN. Obama aproveitou a ocasiăo para enviar uma mensagem de elogio ŕ CIA pelo seu trabalho. Mas, ironicamente, o dia muito mau da CIA pode ter sido o resultado do seu próprio trabalho.

    O incidente foi Ťuma reuniăo com um recurso de alto nível que acabou malť, disse um agente secreto ao Wall Street Journal (2 de Janeiro). O bombista suicida conseguiu entrar na base sem ser revistado porque tinha sido convidado a participar numa reuniăo com altos responsáveis da CIA, segundo relatos do Washington Post, da Al-Jazeera e do WSJ que revelaram diferentes detalhes. O homem era um islamita jordano muito conhecido que tinha sido encarcerado e torturado nesse país. A CIA pensou que o tinha convencido a infiltrar a Al-Qaeda e a trabalhar para eles e mandou-o para o Paquistăo. Depois, fizeram-no regressar ao Afeganistăo de carro para uma Ťreuniăo operacionalť para planear o assassinato de altos dirigentes da Al-Qaeda. Ele foi escoltado até ŕ base por um importante agente secreto jordano que reporta directamente ao seu primo, o rei. Esse agente também foi morto quando o agente duplo se fez explodir, juntamente com o chefe da estaçăo, um dos principais agentes da CIA na perseguiçăo ŕ Al-Qaeda. O segundo mais importante agente da CIA no Afeganistăo estava entre os seis agentes da CIA feridos.

    Isto traz uma nova dimensăo ŕ história, o apoio próximo dos EUA a regimes árabes horrendos e odiados, como a monarquia jordana, conhecida pelo seu assassinato de milhares de refugiados palestinianos no início dos anos 70, num tentativa dos EUA para eliminarem a Organizaçăo de Libertaçăo da Palestina. Os ataques coordenados contra a OLP nacionalista laica, levados a cabo pelos EUA, Israel e a Jordânia, ajudaram a abrir caminho ŕ ascensăo do fundamentalismo islâmico entre os palestinianos e os árabes em geral. Esses ataques foram conjugados com uma ajuda directa dos serviços secretos ŕs forças islamitas.

    O facto de os EUA e os seus lacaios jordanos terem pensado que ainda podiam confiar nos seus fundamentalistas islâmicos para caçarem outros elementos que erguem a bandeira do Islăo em oposiçăo aos EUA e ao Ocidente é mais uma prova da complexa e mortal espiral em que os dois lados estăo unidos.

    Este ciclo de assassinatos mútuos entre bandos reaccionários rivais năo nos deve deixar perder de vista o que os EUA estăo a fazer no Afeganistăo, que no sentido mais essencial é o mesmo que fizeram no Iraque: ocupar um país em defesa dos interesses estratégicos do imperialismo norte-americano e massacrar as massas populares.

    Dois massacres em finais de Dezembro ilustram muito bem tudo o que isto significa para o povo afegăo. O texto que se segue é um relatório de uma delegaçăo parlamentar afegă que foi investigar o que os responsáveis da NATO disseram ser o resultado de um tiroteio com os talibăs a 27 de Dezembro. ŤA delegaçăo concluiu que uma unidade das forças internacionais desceu de uma aeronave domingo ŕ noite para a aldeia de Ghazi Khan, no Distrito de Narang, na província leste de Kunar, e entăo retirou pessoas de tręs casas, oito delas estudantes dos 6ş, 9ş e 10ş anos, um deles era convidado e os restantes eram da mesma família, e disparou sobre eles, matando-os.ť (New York Times, 31 de Dezembro de 2009). A delegaçăo descreveu as outras duas vítimas como sendo Ťum anciăoť e Ťum camponęs localť. Um comunicado da ONU confirmou que a aldeia tinha sido invadida a meio da noite e que oito das vítimas eram jovens estudantes. O jornal londrino Times (31 de Dezembro de 2009) telefonou ao professor local que disse que as crianças, com idades entre os 11 e os 17 anos, tinham sido retiradas das suas camas, algemadas e mortas a tiro, juntamente com o anciăo da casa, e que o camponęs tinha saído de casa dele para investigar o barulho e que também tinha sido morto a tiro.

    A princípio, as autoridades norte-americanas insistiram em que os mortos tinham estado a fazer bombas para matar soldados da ocupaçăo. Depois voltaram atrás e anunciaram que a aldeia era demasiado distante para fazerem um inquérito. O que fica subentendido é o mesmo que nos assassinatos da Praça Nisoor: as vidas dos soldados norte-americanos săo inestimáveis, as vidas dos afegăos nada valem.

    Alguns dias depois, a 30 de Dezembro, na província meridional de Helmand, um míssil disparado de um aviăo năo tripulado �o tipo de operaçőes levadas a cabo pela base de Chapman �matou entre cinco a sete pessoas, tręs delas crianças. ŤAs pessoas estavam nos seus jardins a regar as suas plantasť, disse um aldeăo a um jornalista. ŤO aviăo sem piloto apontou para eles e eles foram mortosť (NYT, 2 de Janeiro de 2010). Desta vez, as autoridades de ocupaçăo admitiram: ŤAchamos agora que pode ter havido vítimas civisť.

    Unindo os pontos

    O Iraque era uma das sociedades mais laicas do Médio Oriente até ŕ invasăo norte-americana. A ocupaçăo originou uma insurreiçăo fundamentalista sunita que visou inicialmente a ocupaçăo e que agora se dividiu entre porosas facçőes pró e contra os EUA, ambas indo buscar a sua força ŕ ocupaçăo, de uma forma ou de outra. Ao mesmo tempo, os EUA tęm-se aliado, pelo menos temporariamente, a forças religiosas xiitas. A estabilidade desta situaçăo depende, entre outras coisas, da evoluçăo dos acontecimentos entre os EUA e o Irăo. Os EUA já causaram a morte a centenas de milhares de iraquianos, talvez mais se contarmos os que morreram desnecessariamente de fome e doenças como resultado das sançőes impostas quando os EUA primeiro tentaram controlar o Iraque nos anos 90, e milhőes de pessoas ficaram sem casa.

    No Afeganistăo, a mortalidade tem sido terrível e é certo que vai aumentar rapidamente. Os EUA começaram por criar os jihadistas. Depois, quando os EUA se tornaram no alvo dos jihadistas, a sua brutal ocupaçăo deu uma nova vida aos enfraquecidos talibăs, cujo domínio os tinha desacreditado amplamente e levou muitos afegăos năo propensos a apoiar os talibăs a tomarem uma posiçăo mais neutra.

    Depois há o Paquistăo, onde os EUA apoiaram vigorosamente os regimes islâmicos e a cujos governantes agora dizem que tęm que autorizar as operaçőes militares dos EUA contra as forças fundamentalistas com quem o exército paquistanęs tinha laços igualmente tăo Ťfraternosť como os da CIA com a Blackwater.

    O vínculo mais directo que liga estas atrocidades é que elas estăo a ser cometidas pelo imperialismo norte-americano. Vistos em conjunto, estes acontecimentos dăo uma imagem de como a agressăo e a brutalidade norte-americanas criaram as condiçőes para o florescimento do fundamentalismo islâmico.
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