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João e Sérgio morreram no Afeganistão para quê?
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por LEONÍDIO PAULO FERREIRAOntem
Chama aos talibãs "irmãos" e aos americanos "rivais". Acusa ainda os Estados Unidos de só se preocuparem com a geopolítica e nada com o povo afegão, numa entrevista a Christina Lamb, repórter veterana do Sunday Times, que se recorda bem da primeira vez que viu este mesmo Hamid Karzai em Cabul em dezembro de 2001, trazido pelas forças especiais americanas como solução para o pós-talibãs.
Não faltaram justificações para a invasão do Afeganistão. O país servia de santuário para a Al-Qaeda e terá sido a partir de lá que o saudita Bin Laden planeou o 11 de Setembro. Ao contrário do que sucederia no Iraque, o mundo solidarizou-se com uma América ferida e enviou soldados em seu apoio.
Portugal foi um dos 50 países que se envolveram. Combater os talibãs era acabar com quem alojava terroristas e proibia as meninas de ir à escola. Nessa missão morreram dois portugueses: um comando, o outro paraquedista. E nas forças da NATO as baixas foram aumentando à medida que os extremistas islâmicos ressurgiam. Os americanos contabilizam 2100 mortos.
Karzai foi aposta ganha em parte. Reeleito duas vezes presidente, sempre de gorro de astracã, tornou-se o rosto do novo Afeganistão. As escolas reabriram, a televisão deixou de ser proibida, há deputadas. A ajudar a isto, as tais tropas internacionais, com 648 mil milhões de dólares gastos só pelos Estados Unidos. Outros milhões de dólares (e euros e ienes) construíram escolas, hospitais, estradas e até o palácio onde Karzai pretende viver mesmo após as eleições de abril. Sinal de que houve mudanças, será a primeira transferência democrática de poder na história afegã, como notava o Wall Street Journal ao noticiar o debate entre os candidatos, um deles irmão de Karzai.
A América fartou-se de errar no Afeganistão: na caça à Al-Qaeda, mataram-se mulheres e crianças. E isso ajudou a propaganda dos talibãs. A comunidade internacional também falhou na criação de uma economia que libertasse os afegãos da papoila do ópio, cultivo que financia os "estudantes de religião".
Porém, ao recusar assinar a continuidade de uma força de 8 a 12 mil militares, depois da retirada das tropas internacionais neste ano, Karzai está mais do que a vingar-se dos americanos. Está, alerta o Le Monde em editorial, a tentar entrar "na lenda afegã como o reconciliador de uma nação dividida". Daí o diálogo com os talibãs. Já Lamb conta que o político anda a ler os tratados do século XIX entre os britânicos e o rei afegão. A um povo que se orgulha de ter derrotado os ingleses e os soviéticos, Karzai não quer dar sinais de vacilar perante os americanos. Preocupa-lo-á menos que o seu país continue o pior do mundo para se nascer mulher.
Sabe-se que Barack Obama "não pode com ele", revela nas Memórias Robert Gates, que foi secretário da Defesa também de George W. Bush, o presidente que inventou Karzai. Mas se a América se vê frustrada, que dizer de países que não merecem ser acusados de combater no Afeganistão por egoísmo? João Roma Pereira e Sérgio Pedrosa não podem ter morrido para nada.
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